segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

'Ambrósio, hoje acordei debochada..."

"Somos mais injustos para quem nos é perfeitamente indiferente do que para quem nos é inimigo."
-Nietzsche-

Parece sempre bem citar Nietzsche, dá um ar denso e esotérico a qualquer texto. Até porque é um autor que congrega 5 consoantes seguidas e isso não é facil.

O que trago com esta citação é o seguinte: é preferível viver no ódio do que não viver. É preciso amar suficientemente bem para se poder odiar. O ódio é a cereja no topo do bolo cremoso do amor. Diria antes a rodela do sant'ananás porque é mais ácida e calha melhor num bolo com muitas natas. As natas vêm do leite e o leite vem do seio materno. O amor vem desses tempos idílicos do seio materno. O ódio já será mais evoluído. Mas o ódio é o funcionamento excelente por natureza, o funcionamento humano. Um animal não odeia. Um animal, o leão por exemplo. Ele não odeia a garça. Ele quer comer a garça. Ele ama a garça mas vai comê-la. É pragmático. O homem não é pragmático. Por isso é que os leões ainda são leões e os homens já deixaram de o ser. Os homens não conseguem ser pragmáticos porque não suportam assumir aquilo que é seu por natureza: o ódio. Um povo invade um país mas não consegue dizer que o odeia: é para instalar a democracia, assim nao pode ser! Mentira. É porque lá no fundo eles odeiam o povo invadido, e como tal fazem-se passar por animais dizendo que é para a sobrevivencia da humanidade, etc.
É claro que o ódio nao pode ser expresso assim de modos tao crus que nos façam de repente regressar aos neandertais! É claro que esta apologia do ódio so faz sentido se este ódio for bem recheado, se houver densidade nele. É a agressividade que nos faz mover, o desejo de libertação que nos impele a alcançar novos horizontes mas estes sentimentos devem ser dirigidos para o nosso horizonte. O ódio é a faísca que permitiu ao homem descobrir o fogo. E esse fogo é que nos aquece de noite. É um pequeno tesouro que convém guardar comedidamente.
Agora a indiferença não presta para nada. Presta para sermos ignorantes, para sermos feios. Uma pessoa indiferente, é não-diferente. É igual ao resto, é uma massa sem forma, sem cor sem brilho, sem cheiro, sem rosto. Até um demónio tem algum charme. Uma cara perfeitamente simétrica não é atraente a ninguém, até algum toque de assimetria sopra uma brisa de beleza sobre o rosto do diferente.

1 comentário:

Anónimo disse...

Sabes pouco sabes...
O ódio, digo-te já, é amor!
É o seu contrabalanço. Como o escroto tem os 2 belos e as gajas as 2 respectivas...Mas não necessariamente simétricos. Sempre ouvirás dizer; amo odiar e odeio amar. Dá pica misturar solúveis, unificar iguais!
Bate uma e odeia vires-te para a mão! Melhor, bate 2 e não te venhas para o chão, vem-te para dentro de um copo de Whiskey só para veres a quantidade conseguida. Dá para uma dose? 5 c.c.? hummmm
Odeias-me?
Fodei-vos a todos!