segunda-feira, 22 de junho de 2009

Negligencio-vos

e assim foi.

Maio passou e nao passei qualquer cartão aos amigos do meu blog.
Peço indulgência por tal negligência. O que foi feito? Terminei e conclui o curso de formador. Fui convocado para uma formação e para a colonia de ferias que agora começa. Entretanto acabou a primavera e antes da mesma acabar comecei a ir para a praia para uma transição suave para o verão. Tão a ver como é?

Beijos e abraços

Agostinho II

Aponta Agostinho que há vários grupos no que toca à relação que mantêm com o povo. Uns deleitam-se com a ingenuidade da sua arte, as superstições e as lendas e vê-se generoso e sensível ao debruçar-se sobre o dito povo. Como um animal que examinam acham-no muito interessante, a menos que tente libertar-se da sua condição inferior, estragando toda a sua estética.

Outro grupo adora o povo, combate por ele mas com a vista num interesse, que consiste no seu domínio. Combatem por terem sido expulsos das trincheiras contrárias ou para concretizar o sonho vão de mandar. O estilo deste último grupo é o da barricada, desprovido de preciosismo ou sensibilidade, todavia é, para o autor, sempre a retórica ôca.

O grupo que defende e eleva o povo sem qualquer tipo de paixão é reduzido e fá-lo assim por 3 ordens de motivos: porque assim que perceberem o movimento como nascido de impulsos sentimentais logo o reprimem; depois porque a atitude apaixonada impediria de ver a clareza e a justiça das soluções almejadas; em último lugar, porque é-lhes impossível ser extáticos (de êxtase) perante uma classe dependente e miserável, com uma cultura pobre e uma arte grosseira, assim mantida por aqueles que mais cantam e admiram o povo.

Assim como não se apaga o cálculo que se utilizou para fazer uma conta, o povo é interessante para Agostinho na medida em que se apresentam vários problemas que requerem inteligência e vontade, sejam eles de justiça económica, política, equilíbrio social, de ascensão rápida à cultura. O objectivo seria construir um reino de bem, logo que estes problemas se resolvessem terminariam os cuidados e interesses em particular e dar-se-ia lugar à contemplação da vida, qualquer benefício viria sempre por acréscimo.